segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Alice;

Não sei aonde estou, apenas sei que estou correndo incansavelmente, correndo e correndo, estou procurando alguma coisa, alguma coisa que vi se movimentando no meio de arbustos, mas movimentava-se tão depressa que eu mal pude acompanhar, mas ainda assim tentei segui-lo, quando de repente cai em um grande buraco, então me vi na história de Alice no País das Maravilhas e achei estranho. Estava caminhando em busca de algo que havia perdido, caminhando horas seguidas. 
Escutei um falatório do lado oposto aonde eu estava caminhando, percebi duas garotas falando, comentando sobre mim, não pude entender o que, mas que era sobre mim, isso tenho certeza. Aproximei-me delas com a intensão de perguntar aonde eu estava,e então as duas garotas se afastaram com uma expressão de medo, a qual eu não compreendi, elas estavam com medo de mim? Mas o que eu havia feito para causar medo aquelas garotinhas? 
Então olhei para as minhas mãos e vi que estavam todas sujas de sangue, é lógico que estranhei pois não me lembrava de ter me machucado, aliás eu não me lembrava nem de como eu havia parado ali, no meio da floresta, com duas garotinhas com medo de mim e ainda por cima,toda suja de sangue. 
Comecei a entrar em desespero, e uma aflição muito grande tomou conta de mim, foi quando percebi minhas roupas rasgadas, eu estava usando um vestido azul de seda que meu namorado havia me dado no natal passado. Continuei caminhando sem respostas até que encontrei uma senhora parada perto de uma grande árvore, talvez fosse a maior árvore daquele local, era enorme, a maior que já vi. Ela perguntou o que havia acontecido comigo, expliquei á ela que eu estava a procura da resposta desta pergunta. 
Ela me disse que as respostas só poderiam estar na minha mente, na minha conturbada mente, na minha mente confusa. Então comecei a buscar as respostas dentro de mim. 
Cansada, deitei-me embaixo daquela enorme árvore, até que peguei no sono. 
-
Em imagens embaraçadas, vi a figura de um homem se aproximando de mim, ele tinha a aparência assustadora, porém muito familiar. Ele caminhava com pressa e com um tom de agressividade, ele se aproximava cada vez mais de mim e eu me desesperava mas por algum motivo não me levantei, motivo que desconheço, mas ali permaneci, até que ele finalmente chegou... 
Percebi que aquele rosto era o rosto de meu tio que havia falecido perto do fim do ano passado. Meu tio havia falecido... será que eu também morri? Entrei em choque...
Eu havia morrido? Não! Não era possível eu tenho 18 anos, sou cheia de vida, eu não morri.
Foi então que aquela mesma senhora chegou até mim dizendo que sabia da minha história e que havia decido me contar. 
Ela começou a me dizer que no fim do ano, um tempo depois que meu tio faleceu, toda minha família ficou muito abalada principalmente minha "tia" a esposa do meu tio, ela não conseguia acreditar e me culpava pela morte dele. Afinal eu bati o carro quando voltávamos de viagem, mas não havia sido minha culpa, eu sofri demais com isso. A mulher continuou dizendo...
- Sua tia não se conteve e acabou por fazer uma besteira das grandes.
É eu não podia acreditar, mas eu estava mesmo morta. E agora como tudo ia ser dali pra frente? Será que ia ter um "dali pra frente".
O que iria acontecer comigo? Com meu tio? Com minha família.
Quando criança, minha mãe ensinou-me a orar a Deus, e assim naquele momento eu o fiz, pedi para que ele me explicasse o que havia estava acontecendo ao certo. 
Não ouvi respostas, mas de repente um clarão de luz se fez em minha frente, como se fosse um caminho a seguir. E assim eu o fiz, fui caminhando naquela direção sem saber aonde iria parar.  


1 comentários:

juh disse...

A mais nova Clarice Lispector ;)

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